GABA 2025 - tapetes improvisados e elogios no caderno

Tive o privilégio de participar no GABA 2025 — uma mostra artística na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, onde a criatividade se respirava no ar.

Literalmente. Estava em todo o lado: nas bancas de escultura, nas texturas dos têxteis, nas paletas improváveis dos ilustradores, nos detalhes minuciosos dos designers. Um melting pot criativo onde me senti pequenina, mas em muito boa companhia.

Montei a banca em duas horas, com direito a mudança de lugar — duas vezes. Estendi um plástico no chão para proteger os pés das telas… e aconteceu uma coisa deliciosa: as pessoas começavam a pedir licença para “entrar”. Como se aquele espaço fosse uma casa. Um convite.

(Nota mental: para a próxima, levo um tapete a dizer “bem-vindo”. E talvez uma caixa postal e uma campainha.)

Levei um monte de coisas que não usei — como livros que me inspiram, mas que pesam como um trauma de mochila de secundário. Já sei: na próxima edição, levo menos bagagem (literal e emocional).

Mas o que levei de mais importante ficou comigo: as palavras.

Durante o evento, escrevi no meu caderno todos os elogios que foram surgindo. Pareceu-me uma coisa meio tonta na altura.

Mas agora, relendo, percebo que foi um acto de amor próprio:

“Your art style is amazing.”

“A perfeição não existe, mas você está muito perto.”

“Fantástico.”

“Lindo.”

“Super interessante e criativo.”

“Maravilhoso.”

“Que fofo.”

“Adoro.”

“Parabéns.”

Guardei cada palavra como quem coleciona pedrinhas raras. Porque há dias em que duvidamos. Em que o mundo parece já cheio de tudo. Em que a comparação bate forte e a autocrítica grita mais alto que qualquer pincelada.

E nessas horas, ter provas escritas de que o que faço toca alguém… muda tudo.

Este foi um dos originais que vendi.

Vendi dois originais. Recebi uma encomenda personalizada.

E sim, talvez tenha vendido por menos do que devia.

As minhas skills de negociação ainda estão calibradas para o mercado dos bancos (literalmente — fui bancária noutra vida).

Mas estou a reaprender. A calibrar o meu valor.

E mesmo assim: vendi.

(E fiquei tão feliz que nem me cabe um palito.)

A minha banca, no primeiro dia (depois mudou!)

Também ofereci arte. Porque adoro dar presentes a quem menos espera. Mas isso… é história para outra cartinha.

Se a tua semana está a custar a arrancar, ou se estás num daqueles dias em que nada parece ter graça… espero que esta partilha te sirva de lembrete:

quando te dedicas ao que faz sentido para ti, a tua vida muda.

E muda mesmo. Para melhor.

Feliz início de semana,

com tinta nas mãos e sorriso no peito,

Margarette 💜

Uma Margarette muito cansada, mas feliz.