O Coelhoscar 2025: Drama, Glória e Chantilly nas Orelhas
Todos os anos, na calada pós-pascal, acontece uma cerimónia que escapa aos olhos do público — mas não ao olhar atento da minha andorinha interior.
Falo, pois claro, dos Coelhoscar.
Este ano, o grande vencedor foi o desgraçado que entregou 426 ovos sem partir um único.
Enquanto os restantes candidatos se empanturravam de mousse de cenoura com topping de alfazema e partilhavam dicas de brunchs bio, este herói anónimo saltava muros, escapava a cães raivosos e sobrevivia à logística rural da Páscoa. Tudo por uma estatueta dourada e meia palmadinha nas costas.
Na mesa de gala — com toalhas passadas a vapor e olhares competitivos — há quem sorria com dentes impecáveis e quem ainda tenha chantilly no bigode da manhã.
O showbiz pascal é assim: impiedoso, doce e ligeiramente indigesto.
Esta ilustração nasceu do desejo de brincar com os rituais humanos de validação.
Sim, há coelhos que recebem prémios.
Sim, há outros que saem de mãos a abanar (mas com tupperwares cheios).
E sim, a andorinha também quer entrar na corrida. Talvez para o ano.
PS: Nenhum coelho foi ferido na criação desta imagem.
(Apenas dois egos e um contrato sem cláusula de bolo.)
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